O que é um CDE?


Num projecto de construção, tipicamente, é criada uma grande quantidade de informação. A dificuldade com esta informação reside no facto de não estar bem estruturada, está pobremente coordenada e está dificilmente acessível.

O resultado desta ineficiência é estimado num custo extra que ronda 20% a 25% a mais do custo no ciclo de vida do projecto. Se tiver mais cuidado e mantiver a integridade da estrutura de projecto, o processo BIM consegue erradicar este custo do processo e garantir datas de entrega e poupanças consideráveis no custo.

A chave para manter todos estes dados bem estruturados é a utilização do CDE (Common Data Environment ou ambiente de dados comuns). Um local para reunir, gerir e partilhar informação com todas as equipas envolvidas no projecto. O CDE pode ter várias formas, dependendo sempre no tamanho ou tipo de projecto em que está envolvido. Poderá ser local ou estar partilhado numa solução WEB.

“Um local para reunir, gerir e partilhar informação”

A parte mais importante deste espaço, é que todas as equipas envolvidas no processo tenham acesso aberto e desimpedido, e que este mesmo espaço possa ser subdividido em áreas de informação categorizadas. Em termos simples, precisa de ser um espaço colaborativo e bem gerido para partilhar projecto.

Neste artigo, vou poder partilhar parte do processo que utilizo para realizar  o diagnóstico ou implementar o CDE, o qual está apresentado na imagem, é baseado na norma BS 1192, publicada em 2007.



Prestação de serviços processo CDE
Processo Interno CDE
Com uma área de partilha bem definida, o processo de criação de informação no CDE começa com a aprovação do cliente do EIR (Employers Information Requirements ou necessidades de informação do cliente). Este documento define a informação que o cliente necessita das equipas de projecto, de modo a que possa tomar decisões em pontos-chave no decorrer do ciclo de vida do processo BIM, ou mesmo durante a gestão do activo que gere.

Equipas de projecto e outros contribuidores têm a capacidade de trabalhar nas suas áreas reservadas de trabalho, “work in progress” (trabalho em curso), desenvolvendo e aperfeiçoando a sua informação gráfica e o modelo 3D. Uma vez aprovada essa informação esta vai ser movida para a área de Partilha para que outras equipas possam ter acesso à informação e utilizar nas suas áreas específicas. Quando a instituição atingir a maturidade Nível 2 do processo BIM, utilizadores terciários podem reutilizar a informação, contudo a propriedade e poder para mudar a informação permanece com a equipa que os criou.

Em datas chave do ciclo de vida do processo, tal como aprovação para planeamento ou para construção, o cliente, ou algum tipo de agente que representa o cliente, deve aprovar o projecto para a área de Publicação. É muito importante nesta fase garantir que a integridade da informação criada vai ao encontro do EIR que deu origem a este processo.

A informação publicada pode ser agora utilizada para envolver especialistas terciários, tal como profissionais da construção ou mesmo fabricantes de equipamentos. Eles têm uma capacidade similar de trabalhar em espaços do CDE, partilhando as suas contribuições. A cada meta alcançada do ciclo de vida do processo BIM, a informação deverá sair da área de publicação e passar para uma Área de Arquivo, para futura utilização ou referenciação.

O uso efectivo do CDE garante uma precisa e bem estruturada base de dados, (PIM – Project Information Model ou modelo de informação para fase de projecto). Quando esta informação é validada e verificada, esta vai ser utilizada na gestão do activo, (AIM – Asset Information Model ou modelo de informação para a fase de gestão de activo).

Só quando a entrega do processo BIM é efectuada em nível 2 (com o processo desenvolvido em CDE) é que revisões de documentos se tornam simples, informações de produção/construção vão se encontrar bem à primeira (mantra LEAN) e os custos de projecto vão ser reduzidos.

Será sempre bem-vindo a partilhar e inspirar outros, desde que jogue pelas Regras.

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